O presidente da República, Jair Bolsonaro, cobrou apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para eleger o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) para presidência da Câmara dos Deputados. Dias antes, o presidente da FPA, Alceu Moreira (MDB-RS), tinha declarado apoio a Baleia Rossi (MDB-RS), candidato alinhado ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (MDB-RJ).
De acordo com o comentarista Alexandre Garcia, Bolsonaro não quer que Maia e os partidos de esquerda saiam como vitoriosos na Câmara, elegendo Baleia Rossi. Para o comentarista, o presidente da República deveria ter se mantido longe da questão, pois uma derrota nas eleições do Congresso o atingiria. “Melhor seria ter mantido distância”, diz.
Além disso, segundo Alexandre Garcia, Baleia Rossi votou mais a favor das pautas do governo do que Arthur Lira. “Já ouvi que membros da área econômica do governo tem preferência por Baleia Rossi, que estaria mais ligado às grandes reformas necessárias”, diz.
Garcia defendeu também o direito de a bancada do agro defender seus interesses, apoiando o candidato que demonstrar maior compromisso com as pautas do setor. “Isso não pode ser motivo de atrito com o governo e presidente”, frisa.
Diante disso, Garcia afirma que qualquer resultado vai acabar beneficiando o governo de Jair Bolsonaro, pelo menos quando comparado à gestão de Rodrigo Maia. “Como mostrou Maia, o presidente da Câmara pode sentar em cima de uma medida provisória de deixá-la caducar ou não pautar um projeto de lei. O presidente da República, que tem 58 milhões de votos, é refém do presidente da Câmara que não tem nem 100 mil votos”, afirma.