O presidente Jair Bolsonaro participou nesta terça-feira, 17, do encontro virtual da 12ª Cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente voltou a criticar os “ataques” que o país sofre em relação às queimadas e ao desmatamento na região amazônica.
O presidente da República defendeu ainda a reforma de organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Conselho de Segurança das Nações Unidas, este último composto por cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e por dez membros não permanentes, eleitos para mandatos de dois anos.
O presidente criticou a “politização do vírus [da covid-19] e o pretenso monopólio do conhecimento por parte da OMS” e disse que a pandemia mostrou a “centralidade das nações para a solução dos problemas que acometem o mundo”.
“Temos que reconhecer a realidade de que não foram os organismos internacionais que superaram os desafios, mas sim a coordenação entre nossos países”, frisou, destacando a necessidade de um sistema internacional pautado pela liberdade, transparência e segurança, com a defesa da democracia e da soberania dos países.
Redução de subsídios
Para Bolsonaro, uma comunidade internacional “verdadeiramente integral e ativa” só será possível com essas reformas. Ele defendeu, também, que os países do Brics coordenem o apoio à redução de subsídios para bens agrícolas por parte da OMC e o acesso permanente de Brasil, Índia e África do Sul ao Conselho de Segurança. “Com esse importante passo, tenho certeza que a cooperação no Brics sairá ainda mais fortalecida”, disse.
Os principais acordos realizados durante a presidência da Rússia no bloco serão formalizados na Declaração da Cúpula de Moscou e em outros documentos. Durante o evento, também serão acordados os posicionamentos que serão apresentados durante a Cúpula do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo, marcada para os dias 21 e 22 de novembro.
Alexandre Garcia
Para o comentarista do Canal Rural Alexandre Garcia, Bolsonaro agiu com ‘sabedoria’ ao continuar insistindo na redução dos subsídios agrícolas de outros país.
“É uma concorrência desleal, quase um dumping, baixando os preços para entrarem no mercado. E o presidente agiu de forma correta em continuar batendo nessa tecla e contar com a China”, afirma.
“As regras da OMC foram idealizadas para dar igualdade entre as economias, para fazer justiça e dar atenção aos que estão mais fracos, mas na prática não é o que acontece”, diz Alexandre Garcia.