Os preços de alimentos que compõem a cesta básica subiram mais de 20% em 12 meses, segundo associações de supermercados. A alta na gôndola assustou o consumidor e, de acordo com o comentarista Alexandre Garcia, tem gente jogando a culpa no produtor rural.
“Neste momento em que o país vem reconhecendo o agro como a locomotiva da retomada economia, é bom que essa imagem não sofra nenhum revés. Tem gente querendo responsabilizar o agro pela alta em produtos básicos de alimentação”, conta.
Garcia lembra que o presidente Jair Bolsonaro se reuniu, recentemente, com intermediários e representantes do supermercados e pediu “patriotismo” por parte deles. “A Abras [Associação Brasileira dos Supermercados] já esteve junto a ministra Tereza Cristina e com a secretaria do consumidor do Ministério da Justiça falando sobre essa preocupação”.
Segundo o comentarista, a cesta básica está avaliada em R$ 540. “Enquanto durar o auxílio de R$ 600, tudo bem. Mas o auxílio está caindo para R$ 300”, frisa.
Em sua análise, Alexandre Garcia ressalta que o crescimento das exportações, motivado pelo real desvalorizado frente ao dólar, e a demanda interna, que não perdeu fôlego na pandemia, colaboram para o cenário de preços mais altos.
“Não é uma grande onda de inflação que está voltando, mas o mercado se ajuda. O governo não vai dar canetada, não vai tabelar ou interferir. É o mercado quem precisa se ajustar”, reforça.
O comentarista reforça que o consumidor não deve culpar a agropecuária por circunstância que extrapolam o campo e envolvem todas as transações até a chegada dos alimentos à mesa dos brasileiros.