O aumento registrado em pregões futuros da BM&F é resultado da valorização que o dólar sofreu na última semana – a moeda americana sustentou-se perto das máximas dos últimos 10 anos, cotada a R$ 2,74 na quinta, reflexo da tensão diante da possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro e a sucessão na Petrobras. Nesse cenário, os preços de comercialização para o mercado físico subiram para se igualar ao mercado de exportação e possibilitar a competitividade do produto.
Na visão do editor-chefe da consultoria Safras & Mercado, Dylan Della Pasqua, e do analista Ênio Fernandes, a tendência é de nova elevação nas cotações, já que existe pressão de alta sobre o dólar. A relação com o câmbio afeta diretamente a bolsa brasileira e alguns produtores têm segurado o cereal à espera de um aumento ainda maior. A área plantada do milho segunda safra dependerá da colheita da soja – se não houver atrasos e o clima for favorável, a semeadura da safrinha deve começar dentro do calendário, no mês de abril em grandes partes da regiões.
Segundo informações da Safras & Mercado, a saca de 60 quilos no Rio Grande do Sul registra hoje uma média de R$ 24,50 a R$ 25,00; no Paraná, de R$ 23,00 a R$ 24,00; em Campinas, de R$ 28,50 a R$ 29,00 e em Mato Grosso, de R$ 18,50 a R$ 19,00.
G20: Produção mundial deve bater novo recorde
A produção mundial de milho em 2014/2015 deverá totalizar 1,02 bilhão de toneladas, contra 1,01 bilhão do ano anterior. A estimativa faz parte do relatório de fevereiro do Sistema de Informação do Mercado Agrícola (Amis), órgão do G-20 que divulga dados de oferta e demanda das principais commodities globais. A entidade indica que os estoques finais deverão ficar em 208 milhões de toneladas, contra 212 milhões de novembro e 176 milhões do ano anterior.
Segundo o Amis, a produção deverá superar o recorde anterior, obtido em 2013. O incremento nas produções dos Estados Unidos, da União Europeia e da África do Sul deverá ser responsável pela maior produção de milho da história. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta produção global de 988 milhões de toneladas e estoques finais de 189 milhões/ton. O Conselho Internacional de Grãos indica safra de 992 milhões de toneladas e estoques de 194 milhões de toneladas.