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Após recordes, preços do milho devem cair 20%

Picos de alta do grão chegaram ao final, segundo consultor

Os preços do milho pararam de subir na semana passada, após baterem recordes de preços em janeiro. De acordo com a Brandalizze Consulting, o grão chegou a subir 15,15% no mês passado, porém, o mercado deve começar a cair partir do dia 19 de fevereiro.

A estimativa do consultor Vlamir Brandalizze é que, se o dólar continuar no patamar entre R$ 3,90 e R$ 4,00, no meio de março o mercado possa cair de 10% a 20%. Para ele, a entrada da safra de verão e as exportações voltadas para a soja, com as colheitas a todo vapor e o mercado do milho voltado para o Brasil, são os principais fatores para a queda das cotações.

Flávio França Júnior, da França Júnior Consultoria, acrescentou, durante entrevista ao programa Mercado & Companhia, que os valores também serão impactados tanto pela questão cambial, como pelos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Para o preço continuar subindo, o produtor segurar o milho e apostar em mais alta, ele precisar contar que o câmbio volte a aumentar”, ressaltou o consultor.

Brandalizze acredita que em três semanas o mercado se torne mais vendedor do que comprador e alerta: quem tem o milho na mão, não espere melhores preços, venda.

Soja

Os preços da soja no mercado interno brasileiro voltaram a cair nesta semana. A desvalorização do dólar, o início da colheita da safra no Brasil e o aumento da oferta contribuíram com a queda nas cotações. Em Rondonópolis (MT), por exemplo, o preço caiu R$ 3,00 desde a última segunda-feira, dia 1, e deixou produtores preocupados.

França explicou que a pressão de queda deve aumentar, uma tendência “bem natural por causa do avanço da colheita”. Apesar da controvérsia em relação ao tamanho da safra de soja, impactada pelo clima irregular, ele indica que o resultado pode ficar entre 95 e 101 milhões de toneladas, “uma safra grande”.

“Ela (soja) entra no mercado e tem um impacto natural de pressão sobre os preços. Junto a isso, também temos nos últimos dias a queda na taxa de câmbio. Essa pressão é natural nos preços em curto prazo, no mês de fevereiro”, aponta. 

“Para o preço subir a partir de agora, deveríamos ter uma reversão da taxa de câmbio. Ele precisa voltar a ultrapassar a casa dos R$ 4,00, subir e trazer suporte para os preços internos. A gente vive um momento de extrema instabilidade cambial”, finaliza França.

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