O mercado de fertilizantes continua em alta no Brasil, pressionando os custos de produção no campo. Para alguns fertilizantes, a relação de troca frente à produção chegou aos 100%.
Em função deste cenário, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) têm sugerido que os produtores façam uma safra com diminuição do uso de fertilizantes ou até mesmo sem usar os produtos. Evidentemente, a situação preocupa as multinacionais do setor. Enquanto isso, entidades cobram da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) providências em relação a pedidos de exploração de fertilizantes no Brasil que não saem do papel.
Para o comentarista do Canal Rural Glauber Silveira, as empresas “acordaram” depois desse recado da Aprosoja-MT. Ele explica que os produtores vêm adubando e tendo áreas consolidadas nas propriedades com um bom nível de solo. “Hoje, por exemplo, quantos pensa para um pacote para 2022, com sódio e potássio, em torno de 500 kg, esse produtor está custando 22 sacas de soja, se ele adubar, ele colhe 60 sacas; se não adubar, ele colheria 52 sacas”, compara.
Silveira ainda comenta a importância de se usar o solo nesse período de poupança como forma de mandar um recado às empresas que, segundo ele, abusam nos preços.
“Existe também muita especulação e aproveitamento nessas multinacionais de fertilizantes, que hoje é um oligopólio. É importante essa conversa com o ministério [da Agricultura], porque o Brasil tem uma dependência enorme de potássio e fósforo, mesmo tendo jazidas aqui no Brasil que essas multinacionais têm, mas não exploram. Deveria ver quais não usam para pegar de volta e abrir novamente para quem quer extrair”, complementa.