Alguns municípios do Brasil aumentaram as restrições para evitar o avanço da pandemia da Covid-19. No Rio Grande do Sul, o governo declarou bandeira preta em 11 municípios do estado. O nível mais crítico no que diz respeito à velocidade de transmissão da doença foi classificado nas regiões rurais de Canoas, Caxias do Sul, Erechim, Novo Hamburgo, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul. A medida suspende atividades não essenciais, restringe os horários de funcionamento e a quantidade de empregados presenciais nos comércios.
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Em Araraquara, no interior de São Paulo, a prefeitura editou o decreto municipal e aumentou as restrições de circulação para frear a disseminação da doença. O lockdown total, com funcionamento apenas de farmácias e unidades de saúde de urgência e emergência, começou a valer neste domingo, 21, a partir do meio-dia e durará até as 23h59 da terça-feira, 23. Será permitido sair de casa apenas para compra de medicamentos, obtenção de atendimento ou socorro médico para pessoas ou animais, atendimento de urgências ou necessidades inadiáveis ou prestação de serviços permitidos pelo decreto.
Anna Paula Nunes, produtora rural da região de Araraquara, relata que a circulação na cidade está interrompida e a entrada e saída estão bloqueadas por policiamento. “Está sendo permitido as saídas para realização dos trabalhos de campo, mas há que comprovar que trabalhamos no campo, inclusive com carteira de trabalho”, diz.
Ela ainda conta as dificuldades que o setor enfrenta diante da interdição. “Nós estamos em plena colheita de soja aqui na região, e hoje mesmo uma das minhas máquinas quebrou e estou sem apoio da concessionária da cidade para concertar essa máquina. Esse ano já foi um ano muito difícil para nós, por conta da seca muito grande e o atraso da plantação, consequentemente estamos atrasados nessa colheita e agora isso é mais uma dificuldade para o produtor enfrentar”.
Além disso, Anna ainda expõe a dificuldade no escoamento dos grãos. “A Ceagesp de Araraquara só está recebendo 30% do movimento, os caminhões estão cheios e parados, sem poder entregar a soja”, conclui.