O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns vai ter recurso de R$ 4,12 bilhões no Plano Safra deste ano, um aumento de 84% em relação ao ano passado. De acordo com a Aprosoja Brasil, o recurso auxilia os produtores, mas precisa ser menos burocrático.
“Estamos buscando de toda forma que se tenha esse recurso e que não seja tão burocrático. A nossa grande reclamação são as exigências para ter esse acesso. O pequeno e o médio têm uma dificuldade muito grande por causa das exigências do setor bancário. Precisamos quebrar essa barreira e a seguir esse produtor ter acesso a esse recurso”, disse o presidente da entidade, Antônio Galvan.
Para o comentarista Glauber Silveira, esse é realmente um gargalo preocupante da nossa agricultura. “Quando fala que Mato Grosso só tem 50% da capacidade de armazenamento, estamos falando que está faltando 40 milhões de toneladas para serem estocadas. Se o produtor não tem armazém, tem que vender antecipadamente, pois se ele não faz isso, a trade não recebe depois. Teria que colocar em um armazém cerealista e pagar aluguel. Por isso, o produto está sempre pressionado a vender a safra”, disse.
Glauber explica que a crise do milho vivida atualmente é por causa da falta de armazéns no Brasil, que está parado na burocracia de acesso a crédito. “A crise que vivemos hoje é por falta de estoque. O plano safra ampliou bastante, mas a ministra lembrou bem que na safra passada o recurso estava lá e o produtor não tomou o empréstimo, justamente por causa da burocracia e banco que não está estruturado para fazer análise”, finalizou.