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Arroz: preço ao produtor diminui com queda do dólar e menor consumo

Segundo analista de mercado, o recuo do câmbio acabou reduzindo a paridade de exportação no porto neste ano

Os preços do arroz não acompanham o movimento de alta como o de outros grãos, como o milho, e estão em queda este mês. Mesmo em um ano de La Niña, a chuva não faltou e a safra foi boa nos principais estados produtores, como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Segundo o Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, três fatores ajudam a explicar a queda no preço pago ao produtor. “Tivemos um enfraquecimento do consumo interno, recuo de 15% nas cotações internacionais nos últimos 12 meses e ainda a queda do dólar, que acabou reduzindo a paridade de exportação no porto, onde no ano passado estava em R$ 100 o saco de 50 kg e hoje está em R$ 82”, explica o analista.

Ainda de acordo com ele, outro fator de impacto para os preços está no fluxo de importação/exportação. Enquanto as importações aumentaram 17% no primeiro quadrimestre deste ano, as exportações de arroz em casca cresceram no mesmo percentual. “Temos um fluxo deficitário, que está pressionando os preços ao produtor no mercado interno. Para reverter esse cenário só melhorando o nosso fluxo de exportações”, avalia Cogo.

Para o analista, é importante o produtor adequar o seu preço de venda, e assim conquistar maior espaço no mercado internacional. O ideal, segundo Cogo, é o valor fosse de R$ 78 a saca. “Esse patamar pode ajudar a aumentar o volume das exportações, que foi positivo no ano passado. Isso será importante, pois reduz o excedente e equilibra o mercado. Se isso não acontecer vamos ter sobra de oferta no segundo semestre”, pontua.

Preços do arroz em queda

Para o diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, os preços do arroz vivem uma situação atípica neste ano, já que começaram a safra mais elevado. “Tivemos as cotações em queda com os estoques de passagem baixos e as exportações em ritmo forte no último ano, além do produtor capitalizado. Agora os preços estão caindo na entressafra. Isso pode gerar o que chamamos de mercado invertido, que é quando temos preços mais alto na safra e mais baixo entressafra”, pontua o analista.