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Mercado e Cia

Com avanço de casos de coronavírus, países europeus anunciam novo lockdown

Para o comentarista do Canal Rural e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa, a medida pode piorar ainda mais o cenário econômico mundial

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira, 29, a imposição de um novo lockdown, ressaltando que as medidas tomadas até agora na contenção da Covid-19 não foram “suficientes”. A partir da próxima sexta-feira, 30, e até a início de dezembro, não será permita a viagem entre regiões do país, e bares e restaurantes serão fechados. As escolas, por sua vez, permanecerão abertas. Macron anunciou ajudas aos negócios que necessitarem, em um auxílio mensal de até 10 mil euros, e à manutenção de empregos.

Caso a situação melhore nas próximas duas semanas, alguns negócios poderão ser reabertos. Mais detalhes serão anunciados amanhã pelo primeiro-ministro, Jean Castex. “Não é possível ter uma economia próspera quando há um vírus circulando pela nação”, afirmou Macron, ressaltando o desafio único que a pandemia representa, e pedindo unidade aos franceses.

“Se não tomarmos medidas drásticas, os médicos terão que escolher entre pacientes”, indicou, ressaltando que esforços estão sendo feitos na melhora do sistema de saúde, mas que em curto e médio prazo é necessário conter a circulação do vírus, “se não por nós mesmos, por quem amamos”. “O vírus está ganhando força à medida que a temperatura está caindo”, lembrou, em referência à chegada do inverno. Macron chegou a dizer que um novo lockdown não era “viável” para ele, mas que foi a solução diante da escalada de casos.

Já a Alemanha, que alcançou 14.964 novas infecções em 24 horas, decidiu impor um lockdown parcial, com fechamento de espaços culturais e esportivos, mas com comércio restrito a atendimento de uma pessoa por 10 metros quadrados.

Benedito Rosa 

Para o comentarista do Canal Rural e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa, a medida pode piorar ainda mais o cenário econômico mundial.

“Foi uma notícia ruim para um cenário que já não estava bom. Isso porque vai gerar ainda mais incertezas em investimentos, prejudicando a cotação do dólar e afetando a demanda mundial”, afirma ele.

“A Europa e os EUA têm grande peso no comércio internacional, mas felizmente existem algumas variáveis que podem amenizar esses impactos. Primeiro, a pandemia provocou nas famílias uma procura maior por alimentos saudáveis e nutritivos, e isso elevou a demanda por produtos que o Brasil é grande fornecedor, amenizando a queda na demanda. Segundo, o destino das exportações estão dependentes agora principalmente da Ásia e não mais somente da Europa”, explica Benedito Rosa.

 

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