O dólar comercial subiu 1,57% e fechou a R$ 3,3480 na venda, nesta sexta, dia 24. A aversão ao risco fez a moeda norte-americana fechar na maior cotação desde março de 2003.
A divisa refletiu novamente as dúvidas com a capacidade do governo de seguir com o ajuste fiscal, após o corte na meta de superávit primário até 2017. Na semana, o dólar avançou 4,82%.
– O mercado ainda absorve as questões fiscais e principalmente o risco de um corte na nota de crédito soberana do país pela Moody’s e outras agências, após o ministro [da Fazenda, Joaquim] Levy ter anunciado a nova meta, muito abaixo da original – disse Flávio Serrano, economista-sênior do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI).
Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, o resultado do índice dos gerentes de compras (PMI,na sigla em inglês) sobre a atividade industrial da China também ajudou a compor um cenário de aversão ao risco no cenário externo.
– O resultado foi o pior em 15 meses, muito aquém do esperado pelo mercado.Mas claramente a questão interna, com as preocupações do lado fiscal que podem levar o País a perder o grau de investimento, levou o real a liderar as perdas frente ao dólar hoje – afirmou.
Para a próxima segunda, dia 27, os analistas apostam que os dados sobre pedidos de bens duráveis nos Estados Unidos possam chamar a atenção dos investidores, em busca de leituras a respeito do ritmo de recuperação da atividade norte-americana. No entanto, os desdobramentos do lado interno político e fiscal ainda devem seguir no destaque, especialmente antes da decisão da agência de classificação Moody’s sobre o rating soberano do país, uma das divulgações mais aguardadas no momento.