A Bahia Farm Show é a maior vitrine do agronegócio do Norte e Nordeste do Brasil. Em novo formato online, a Bahia Farm Show Digital Experience discutiu assuntos sobre sustentabilidade, boas práticas e alta produtividade. Todos os debates do evento foram transmitidos nesta quinta, 17, pelo Canal Rural.
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Realizada desde 2004 pela Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), o evento é uma das principais feiras do agronegócio e movimenta cerca de R$ 1,9 bilhão. A última edição em 2019 recebeu mais de 68 mil visitantes.
“A Bahia Farm Show é um evento de difusões das mais modernas tecnologias, onde o pequeno, o médio e o grande produtor se fazem presentes, trocando suas ideias. É uma oportunidade de conhecer essas tecnologias e embarcar nas nossas máquinas. É o momento de integração entre todos os setores”, destaca Odacil Ranzi, presidente da AIBA.
Devido à pandemia, o evento em formado presencial do ano passado e deste ano foram cancelados. A próxima edição já está marcada para 2022. Neste ano, foi lançado o formato online da feira com o farm show digital experience, mostrando o cenário e os desafios da produção agropecuária no oeste da Bahia, que representa 24,4% do PIB baiano.
“Como nós vamos produzir mais? É continuar fazendo o dever de casa que produtor do oeste da Bahia, já vem fazendo, com a melhoria da qualidade do seu solo e da matéria orgânica utilizada. Com essas técnicas nós vamos também de encontro com a sustentabilidade na pegada mundial do carbono que a agricultura realmente consegue contribuir”, afirma Luiz Pradella, vice-presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação da Bahia – Febrapdp.
Ainda sobre sustentabilidade, o comentarista do Canal Rural Alexandre Garcia, diz que as boas práticas no campo favoreceram o desenvolvimento da região oeste da Bahia.
“Trabalhar dentro desse conceito significa levantar o padrão de vida das pessoas, em uma área que 40 anos atrás era simplesmente marcada pela pobreza e abandono e agora despertou e virou uma região rica. Então, essa é a vara de condão do trabalho, do progresso e da modernidade, levando modernidade também para as populações menos favorecidas”, afirma o comentarista.
Para Júlio César Busato, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, a atividade agropecuária na Bahia tem uma importância social. “Essa transformação que acontece de uma população de 1,8 milhões de pessoas, eu acho que não é só o número do PIB. Eu acho que o grande ganho é a transformação na melhora de vida que tem acontecido com as pessoas e seus familiares”.
Bahia, um dos principais produtores agrícolas do Brasil
Nos últimos 40 anos, a média produtiva da soja na Bahia saltou de 25 para 67 sacas por hectare. Mas para alcançar esse número, foi preciso investimento em tecnologia e boas práticas na lavoura.
“O produtor deve se atentar mais às boas práticas do dia a dia e tirar dali um grande ganho, utilizando melhor os recursos disponíveis, quer sejam eles solo, água ou até mesmo os químicos aplicados na produção”, reforça Luiz Pradella.
A soja é a principal cultura produzida no oeste baiano. Somente no início deste ano, a colheita foi de 6,8 milhões de toneladas. Destaque ainda para a produção de milho, com 1,8 milhão de toneladas e o algodão, com 1,2 milhão de toneladas. A região também tem crescido na pecuária e fruticultura, segundo Moisés Schmidt, vice-presidente da AIBA.
“A banana e o próprio cacau, que é uma inovação, uma coisa que está aparecendo e mostrando seus números do cerrado. Também o mamão e o maracujá e aí por diante. Eu acho que as novas culturas que aparecem e a verticalização do agronegócio vem crescendo devido ao empenho que o produtor rural tem dado e a esses bons números que, ano após ano, o agronegócio da Bahia tem mostrado com potencial da região”, finaliza.