A maior parte dos frigoríficos reajustou suas ofertas de referência para baixo devido às compras volumosas concretizadas na segunda, 4.
Segundo a XP Investimentos, os pecuaristas até tentaram segurar as vendas, mas o clima seco e frio, os levados custos com alimentação (milho, farelo e suplementos) e o acumulo de animais nos campos forçaram a comercialização.
Antes da paralisação dos caminhoneiros as programações de abate já eram longas e, agora, voltaram a crescer com a desova de animais e o ritmo ainda incerto dos abates. Em São Paulo, as escalas das grandes indústrias atendem uma média de 7 a 8 dias úteis, enquanto as pequenas programam para 5 a 6 dias.
Se o ambiente é confortável na compra, a disputa é intensa na venda. Isso porque existe um desabastecimento pontual de carne com osso no atacado, de modo que quem possui o produto acaba exigindo valores exorbitantes. Assim, os negócios ficam restritos à volumes pequenos, sendo realizados em nível de atacado e varejo.
Para a carne desossada, a procura também é boa, mas os altos estoques deixam a situação equilibrada. Durante a greve dos caminhoneiros, boa parte das indústrias optou por desossar as carcaças e embalar os cortes para aumentar a durabilidade do produto, fato que reforçou os estoques do produto.
Outro ponto de destaque é em relação à situação delicada dos frigoríficos. Nesta volta de atividades, existe uma tentativa desenfreada de aumentar a margem operacional (abaixando a matéria prima e subindo o produto final) para que, assim, estas consigam operar com margens positivas. A medida visa amenizar as perdas de praticamente 10 dias úteis parados.