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Boi gordo e bezerro atingem novos recordes reais

Arroba fica no patamar de R$ 150,00 nos últimos diasA arroba do boi gordo atingiu R$152,00 no interior de São Paulo esta quinta, dia 2, informou a Cross Investimentos. A cotação tem sido recorde desde a semana passada, de acordo com inúmeras consultorias, ficando no patamar de R$ 150,00.

Fonte: Canal Rural

O Cepea informou hoje que, na quarta, dia 1º, o Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo (estado de São Paulo) fechou na máxima histórica para o indicador, a R$ 147,97. O indicador Esalq/BM&FBovespa do bezerro (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) foi de R$ 1.430,00, também patamar recorde.

Em março, a média do Indicador do boi foi de R$ 145,35, 14% superior à do mesmo mês do ano passado (R$ 127,41), em termos reais (correção dos valores pelo IGP-DI de fevereiro de 2015), e praticamente empatada com o recorde mensal de novembro de 2014 (R$ 145,37). No acumulado de março, o Indicador avançou 2,2%. 

Para o bezerro, o indicador, em Mato Grosso do Sul, acumulou expressiva alta de 11,23% ao longo de março, com a média a R$ 1.361,94, também a maior da série. Em São Paulo, a média de março, de R$ 1.301,86, também é recorde, com alta acumulada de 7,84% no mês passado.

Segundo o professor da Esalq/USP e pesquisador do Cepea Sergio De Zen, as valorizações do bezerro estão atreladas à baixa oferta de animais, principalmente de boa qualidade. Além do desestímulo à cria em anos anteriores, o volume baixo reflete a falta de chuva no correr de 2014, que prejudicou a taxa de prenhez das vacas, o intervalo entre partos e o desenvolvimento desses animais. Com os recordes de preços, no entanto, vêm reduzindo a venda de matrizes, o que abre a perspectiva de nova melhora da oferta de bezerros em médio prazo.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a lógica de mercado que apontaria para redução do abate de fêmeas (vacas e novilhas). Em 2014, foram 14,2 milhões de fêmeas, 2% a menos que as 14,5 milhões de fêmeas do ano anterior. No comparativo dos trimestres de 2014 com iguais períodos de 2013, somente no primeiro chegou a haver aumento, de 2,9%. No segundo trimestre de 2014, houve redução de 2,6%, no terceiro, de 4,9% e, no quatro trimestres, de 2,8%.

Diante dos altos valores da reposição, a relação de troca tem piorado e, em resposta, pecuaristas de engorda estão mais resistentes em vender os animais prontos para abate, o que influencia na valorização do boi gordo.

Os frigoríficos, no entanto, reiteram as queixas sobre a dificuldade de repasse dos aumentos de preços da arroba para a carne. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça casada de boi se desvalorizou 0,6% no acumulado de março e a média mensal foi de R$ 9,07/kg, o que significa 10,5% superior à média (deflacionada) de março do ano passado. No comparativo com toda a série histórica do Cepea, essa foi a terceira maior média mensal – a maior é a de nov/14, de R$ 9,16/kg em preços atuais.

Comércio exterior

Quanto às vendas externas, no acumulado do trimestre, dados da Secex indicam que o volume embarcado de carne in natura foi 24% menor que no primeiro trimestre de 2014 – em linha com as dificuldades de preenchimento das escalas de abate apresentadas pelos frigoríficos. Com a ajuda do câmbio, os preços médios em Real aumentaram 18% em igual comparativo (baseado nas médias mensais), ainda que, em dólar, tenham recuado 3%. No balanço, ao vender 24% menos carne, o faturamento (em reais) dos exportadores diminuiu apenas 10%.

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