Mercado e Cia

Boi gordo: contratos futuros na B3 ultrapassam R$ 240; entenda tendência 

No mercado físico, já há negócios pela arroba acima de R$ 230 nas praças paulista e analista projeta novas altas

Na B3, os contratos futuros do boi gordo estão valendo mais que R$ 230 a arroba até o fim de 2020. No pregão desta quarta-feira, 26, os vencimentos para novembro e dezembro ultrapassaram a marca de R$ 240 pela primeira vez desde que passaram a ser negociados.

No mercado físico, já há negócios pela arroba acima de R$ 230 nas praças paulistas, de acordo com a Scot Consultoria, igualando os recordes registrados em novembro do ano passado.

O mercado de reposição segue aquecido e tem renovado recordes de preços. No indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o bezerro, em Mato Grosso do Sul, a cotação chegou ao maior valor nominal da história, em R$ 2.156,41 por cabeça.

Tendência

De acordo com o analista Yago Travagini, da Agrifatto Consultoria, o preço da arroba deve chegar a R$ 240 nos próximos dias no mercado físico paulista. Ele explica que, nos primeiros dias de agosto, a arroba ficou estabilizada ao redor de R$ 225 e mostrou bastante resistência para romper esse patamar. Porém, desde o fim da semana passada, o mercado futuro tem reagido com altas como resposta à incerteza em relação à oferta de animais de confinamento. 

Segundo Travagini, o diferencial de base entre o preço em São Paulo e em outros estados diminuiu, a partir das altas em praças como Pará, Mato Grosso e Goiás, e o mercado futuro reage a isso, esperando valorizações nas praças paulistas.

Travagini projeta que o cenário de custos elevados em virtude dos aumentos vistos no milho e no farelo de soja deve perdurar até o fim de 2020, pelo menos. Além disso, o ciclo pecuário com produção de bezerros menor em decorrência do abate de fêmeas nos últimos anos pode durar ainda alguns meses e seguir pressionando o custo de reposição. Por fim, a demanda chinesa, pelo menos até novembro deste ano, deve seguir em ritmo forte de compra de proteína animal brasileira. Esses fatores combinados podem garantir a arroba firme até o fim do ano e início de 2021, de acordo o analista.