O efeito da greve dos motoristas de caminhão alcançou o mercado pecuário de gado de corte. Boiadas não estão sendo embarcadas e a carne não está sendo escoada. Compradores não estão fazendo ofertas de compra e os embarques das boiadas compradas antes da greve estão sendo remanejadas para quando a normalidade voltar.
Como não há negócios apregoados, as cotações divulgadas são referentes à quarta-feira, 23, último dia de comercialização efetiva. Entre as indústrias que estão comprando, as negociações acontecem sem prazo para abate.
Segundo a XP Investimentos, são comuns os relatos de frigoríficos e granjas paulistas utilizando vias vicinais e estradas de terra para abastecer suas fabricas de ração, de modo que a alimentação dos planteis não seja suspensa. A situação delicada nas granjas não coloca apenas os prejuízos financeiros em pauta, mas também os sanitários.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Brasileira das Industrias Exportadores de Carnes (ABIEC) estimaram que, caso o problema persista, mais de 90% da produção de proteína animal deve ser interrompida até o fim da semana.