O mercado do boi gordo deve continuar firme até dezembro, segundo a Scot Consultoria. A partir do próximo ano, no entanto, a empresa ressalta que as expectativas para o pecuarista podem mudar. “Devemos ver o que acontece em janeiro, que notoriamente é o mês da ‘ressaca’ da carne”, disse o presidente da Scot, Alcides Torres.
Segundo ele, no começo o ano o pecuarista normalmente já está com a safra e o consumo de carne bovina tende a cair, por conta das férias escolares, incidência de impostos, despesas escolares e contas do fim do ano.
“Quem está importando carne para atender o mercado interno tende a parar de comprar a partir de 15 de dezembro porque não se sabe o que vai acontecer em janeiro e é uma bobagem vc importar carne com a falta de visibilidade com o que vai acontecer com a arroba do boi gordo”, comenta.
Possibilidade de importação de carne
Para Torres, o dólar em um patamar alto é ótimo para exportar e ruim para importar. “O Brasil já importa alguns cortes, como o coxão mole, coxão duro e patinho para atender o mercado interno. Então, essa importação é pontual e para atender o mercado interno para não deixá-lo vazio, mas eu não acredito em desabastecimento”, comenta.
Segundo ele, a fala da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de que o Brasil poderia importar carne bovina para regular o mercado não trouxe mudança nos preços. “Os Estados Unidos são grandes exportadores e ao mesmo tempo grandes importadores de carne, ou seja, isso não afeta a pecuária brasileira”, ressaltou.