A comercialização antecipada da safra de soja 2020/2021 chega a 20% da futura safra e é a mais adiantada da história, de acordo com levantamento prévio realizado pela consultoria Datagro. Em março, o volume travado estava em 12%.Da safra atual, a negociação da soja supera os 70%, ante os 58% do mês anterior.
Segundo o diretor do departamento de grãos da Datagro, o dólar já subiu mais de 30% no acumulado dos primeiros três meses deste ano e é isso que tem facilitado e acelerado a comercialização da soja.
“Tem a questão da alta dos preços que interessa ao vendedor, mas também tem o lado do comprador, no caso a China, que segue ainda bastante ativa, comprando tudo o que consegue, tentando se antecipar a uma possível crise de abastecimento por conta da pandemia do coronavírus”, afirma.
Segundo ele essa combinação de fatores é que tem trazido os resultados vistos não só em relação a comercialização antecipada dos produtores, mas também das exportações.
“O mercado está se movimento de maneira atípica, seguindo tudo que acontece no mundo no momento. Tanto no mercado interno, quanto no externo os compradores estão ativos e não parou. A China mesmo após suas crises e problemas de renda, seguem bastante ativos e comprando toda a soja que é possível”, diz França.
O diretor comenta que a tendência para os próximos meses segue a mesma do que aconteceu até aqui, ou seja, de preços bons, acompanhando a alta do dólar e comercializações aceleradas tanto dos produtores, quanto da exportação.
“Em abril devemos exportar algo muito próximo ao que fizemos em março, em torno de 11 milhões de toneladas. Mas a partir de agora dependerá muito da quantidade que o Brasil conseguirá ofertar. Mas tudo indica que o Brasil conseguirá enxugar bastante seus estoques”, diz França.