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Café arábica tem queda de quase R$ 9 em um dia

No acumulado do mês a baixa já é de 7,87% segundo o Cepea/Esalq

Fonte: divulgação/Pixabay

Os preços do café arábica com base no indicador Cepea/Esalq tiveram uma queda de mais de R$ 8,00 em apenas um dia. De acordo com a Pharos Consultoria, a previsão de mais chuvas nas regiões cafeeiras de Minas Gerais foi o principal motivo para a queda.

De acordo com o analista de mercado da consultoria, Haroldo Bonfá, o mercado já vinha sinalizando que teria uma queda na bolsa de Nova York e nesta terça-feira, dia 31, rompeu dois patamares nas cotações.

Ele ainda ressalta que há muitas incertezas sobre a safra 17/18 do café arábica, pois a safra está em formação. “As chuvas estão bastante fortes e acompanhadas de muito sol. Essa combinação é ideal para a maturação do grão de café, o que é um dos motivos para essa queda na bolsa e no mercado interno” explica.

Pela média feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a saca de 60 quilos ficou R$ 10 mais barata.

“É muito bom que esteja chovendo e continue chovendo em fevereiro e março. No entanto, a chuva não faz nascer novas frutas e vai fazer com que os frutos que estão na árvore se desenvolvam bem. Teremos uma safra boa de ciclo baixo, mas, certamente, será uma safra menor porque nossos cafés estão estressados por causa da seca”, disse o analista de mercado Eduardo Carvalhaes.

Já a cotação da variedade Conilon, que bateu recorde de preço no fim de 2016, caiu por 9 pregões consecutivos e recuou mais de R$ 20 nos últimos dias. “A queda no preço do conilon está associada a uma alta muito grande que aconteceu dois meses atrás. Quem sabe agora esses movimentos sejam pra corrigir e nivelar os preços, porque historicamente o conilon sempre foi mais barato do que o arábica e, de repente, vimos a situação invertida”, disse o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszokowicz.

Parte do café que chega à mesa do brasileiro é feita de uma mistura: um blend de dois grãos, parte arábica e parte conilon. No entanto, a seca dos últimos anos fez a produção de conilon cair bastante e, por esse motivo, a indústria solicita ao Ministério da Agricultura uma atitude inédita e polêmica de, pela primeira vez, importar café de outros países.

“Cada dia que passa sem oferta suficiente de café é um dia de prejuízo que nós estamos tomando, com perda de competitividade no mercado externo e dificuldade da indústria em abastecer o mercado interno. (…) Nós estamos em crise no Brasil e o consumidor não quer pagar mais pelo que ele consome”, falou Herszokowicz.

Colheita

Em dois meses começa a colheita da nova safra brasileira de café conilon e, apesar da estimativa de uma safra maior que a de 2016, a oferta do produto não deve atender a demanda do mercado.

“O que for importado agora chegará ao Brasil justamentem na época da safra e vai competir com esse café que estamos produzindo aqui. O cafeicultor de conilon precisa de bons preços pra continuar desenvolvendo e aumentando a produção e há bons sinais de que Rondônia esteja investindo na variedade. O Brasil precisa aumentar a produção da variedade e não é desestimulando o produtor com importação de café que nós vamos conseguir isso”, falou Carvalhaes.

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