As cotações do café na BM&FBovespa e na Bolsa de Nova York tiveram fortes altas nesta segunda, dia 6. Segundo o diretor da Pharos Corretora, Haroldo Bonfá, o clima foi o principal motivo dessa movimentação no mercado. As chuvas que atingem os cafezais brasileiros estão atrapalhando o andamento da colheita e a secagem dos grãos. “O mercado está assustado com a quantidade de chuva no sul de Minas Gerais e na região da Mogiana”, diz ele.
Na BM&FBovespa, o contrato de setembro fechou com alta de 6% cotado a US$ 157,50 por saca de 60 kg. Em Nova York, contratos com entrega em julho fecharam o dia a 131,70 centavos de dólar por libra-peso, com valorização de 4,60 centavos (alta de 3,6%). O vencimento de setembro fechou a 133,60 centavos, com elevação de 4,55 cents (3,5%).
Bonfá explica que, até o momento, os grãos não foram prejudicados, mas a característica da bebida, sim. O diretor afirma que as chuvas estão derrubando o café maduro, o que prejudica a qualidade da bebida e fermenta o grão que está no chão.
Segundo o Escritório Carvalhaes, corretora de café, o mercado trabalhava com a expectativa de uma entrada de safra precoce, devido às boas chuvas da última primavera e de um verão quente e chuvoso. No entanto, o período de chuvas avançou pelo mês de maio e persiste até agora.
Muitos produtores já estão de olho na entrega do café para os próximos meses e se mostram preocupados com possíveis problemas com os contratos futuros. Até o momento, não há registro de ocorrências deste tipo.
Apesar do cenário preocupante, há um ponto positivo nas atuais condições climáticas: é que, no longo prazo, as chuvas vão permitir uma boa recuperação das plantas para a safra do café no ciclo 2017/2018, além de deixar o solo com reservas de água.
De acordo com a Pharos, a expectativa é de que os preços no mercado interno aumentem ainda mais, conforme as informações de chuvas nas áreas cafeeiras do Brasil se consolidem.
Previsão do tempo
Um canal de umidade, associado à presença de uma frente fria na região Sudeste, mantém o tempo bastante instável e com possibilidades para ocorrência de chuvas a qualquer hora do dia em várias regiões de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. De acordo com a Somar Meteorologia, não há risco de granizo em áreas de café em Minas, e as chuvas devem permanecer até a próxima quarta-feira, dia 8.
Segundo a meteorologista Desirée Brandt, da Somar, as chuvas já estão acima da média histórica para esta época do ano em várias cidades do Sudeste.