Produtores de café da região de São Pedro da União, em Minas Gerais, já estão começando a ficar preocupados com a possibilidade do aparecimento da ferrugem, conta o agricultor Fernando Barbosa. Segundo ele, vem sendo um ano bastante chuvoso e algumas lavouras registraram bastante queda de folhas. Além disso, a broca-do-café também surge no radar.
“Até é cedo para precificar por questão de bronca, mas já há produtor entrando com foliares. Qualquer grão perdido pode afetar a economia do produtor, porque saímos de preços muito baixos (R$ 360) para R$ 570. Mas muitos produtores não conseguiram alcançar esses patamares, então a preocupação com as doenças cresce”, frisa.
A queda de chumbinhos também acende um alerta, afirma Barbosa. Comparado a anos anteriores, o número é maior. “É normal que o crescimento do grão derrube os menores por questão de espaço, mas esse ano está caindo além do esperado. Estão monitorando se é alguma doença favorecida por esse intervalo de frio com chuva”, menciona.
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Questionado se os atuais patamares da são suficientes para cobrir os custos de produção, o produtor conta que depende muito do município. “Aqui, como é uma região montanhosa, onera muito, principalmente por mão de obra”, diz.
De acordo com Barbosa, a produção expressiva no ano passado deixou os gastos entre R$ 360 e R$ 430 e os produtores que conseguiram pegar negócios acima de R$ 460 já conseguiram. “Em regiões mecanizadas, onde os custos estão bem abaixo, sobrará mais no caixa dos produtores. Quem vem inovando e se tecnificando, conseguirá lidar com a lavoura”, diz.