O indicador do café arábica do Cepea superou os R$ 600 pela primeira vez desde o início de setembro. A última vez que as cotações alcançaram esse patamar foi no dia 8 de setembro. Os preços tiveram uma alta diária superior a 5% e passaram de R$ 578,52 para R$ 607,73 por saca.
A alta foi influenciada pela expressiva elevação do arábica na Bolsa de Nova York. O vencimento para março de 2021 fechou com valorização superior a 6% e superou US$ 1,24 por libra-peso. O mercado monitora o clima seco no Brasil e também uma retomada mais consistente da demanda com o início da distribuição de vacinas contra o coronavírus nos EUA e na Europa.
O analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhes, aponta que o mercado está de olho no tempo seco no Brasil e nas perspectivas climáticas na Colômbia e em Honduras. “A alta desta última sexta em Nova York aparentemente retomaram a alta da semana anterior, que havia sido interrompida com a realização de lucros. Nessa semana foram se acumulado informações sobre a gravidade da seca no Brasil, mostrando que essa chuva serve apenas para estancar as perdas em algumas regiões. As chuvas caem em pancadas, mas não repuseram os déficit hídrico de meses e vai, com isso, assustando os operadores fora do Brasil”, disse.
Na América Central, aponta Carvalhaes, há uma preocupação com o café de Honduras, que sofreu com chuvas e ventos fortes, que teriam provocado estragos até na infraestrutura do país. “Aqui no Brasil, o gora o mercado está de olho no retorno das chuvas, que deve ocorrer em dezembro, mas a temperatura também estão subindo, o que preocupa para janeiro”, completou.