O ano de 2020 serviu para o produtor de café brasileiro colocar as contas em dia, de acordo com o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto de Melo. Em entrevista ao Canal Rural, ele atribui o excelente desempenho à produção mais volumosa e de mais qualidade, além de preços em alta, entre R$ 590 e R$ 620.
Segundo Melo, o produtor de café mudou a sua forma de comercializar. “Ele não vende mais quando precisa, mas quando o preço condiz com o que busca”, frisa. “As oportunidades de mercado atenderam os anseios dos produtores, especialmente dos nossos cooperados”, complementa.
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Café: muito além da commodity
A forma de se cultivar café no Brasil mudou muito nas últimas décadas, afirma o presidente da Cooxupé. O país deixou de ser apenas um produtor de café commodity e alcançou padrões de qualidade altíssimos. “O nosso programa Especialíssimo recebeu 480 lotes acima de 84 pontos. O vencedor ficou acima de 90 pontos”, conta.
A dedicação do agricultor brasileiro é o que tem feito a diferença, segundo Melo. “O produtor trata o café com muito carinho e com isso consegue esse resultado”, diz.
Perspectivas para o café em 2021
Carlos Augusto de Melo acredita que os preços do café vão continuar em bons patamares no ano que vem. Segundo ele, será um ano de bienalidade baixa, o que por si só já reduz a oferta. Além disso, o clima afetou as lavouras neste ano e isso deve se refletir num volume menor para 2021. “No momento da floração do café, faltou chuva, isso somado às altas temperaturas ocasionou grandes perdas”, afirma.
O presidente da Cooxupé destaca que a demanda externa também vem crescendo, com a abertura e ampliação de mercados na Ásia e no Oriente Médio. Ele cita procura aquecida pela Coreia do Sul, China, Singapura, Turquia e Arábia Saudita.