A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou nesta quarta-feira, 10, que o Brasil recebeu parecer favorável da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para reconhecimento dos estados do Paraná, do Rio Grande do Sul e do Bloco I (Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso) como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. O Paraná também recebeu parecer favorável como zona livre de peste suína clássica independente. Em maio, o parecer será avaliado durante a 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE.
O comentarista do Canal Rural e ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa, afirma que os resultados trarão ganhos comerciais à pecuária brasileira. Segundo ele, apesar de ser o maior exportador mundial de carne bovina, o país não é tão bem remunerado.
“O valor poderá aumentar gradualmente à medida que acessemos mercados exigentes, que pagam mais, e consigamos eliminar barreiras, como esta da aftosa, usadas para impedir a entrada da carne in natura, como acontece no Japão e Coreia do Sul”, diz.
No entanto, ele não descarta que os países arrumem novas desculpas para não importar o produto brasileiro. “Não significa que os países vão abrir para importação de carne bovina. A barreira que poderia ser usada vai cair, mas eles podem arrumar outras. Agora vem as negociações do setor privado, com certificações etc”.
Benedito Rosa lembra que essa é uma conquistar que coroa um trabalho de anos, comandado pelo Ministério da Agricultura e no qual os governos estaduais e a iniciativa privada foram determinantes também. “Mas isso não significa baixar a guarda. Pelo contrário, agora vamos trabalhar para manter a condição”, diz.
Pecuarista, ele afirma ainda que os produtores ficarão mais aliviados ao se verem livres do estresse e do custo da vacinação contra a febre aftosa. “Cá entre nós, enche a paciência do pecuarista brasileiro”, diz.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o secretário da Agricultura do estado, Covatti Filho, também comemoram o parecer positivo. Segundo eles, além de valorizar a proteína animal e abrir mercados, o movimento vai atrair investimentos para o estado e gerar emprego e renda.