Carnes: exportações crescem e compensam queda no consumo interno

Principal destaque foram os embarques de carne suína, que cresceram 5% em volume, e carne de frango, com aumento de 13,8%

As exportações de carnes no primeiro semestre deste ano subiram consideravelmente na comparação com o mesmo período de 2015. Essa elevação acabou por compensar a queda apresentada pelo mercado interno brasileiro, onde houve redução do consumo.

Segundo os dados divulgados nesta terça-feira, dia 12, pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os principais destaques ficaram para a carne suína, com alta no volume exportado de quase 55%, e para a carne de frango, com incremento de 13,8%.

De acordo com o comentarista Ivan Wedekin, estes resultados só foram possíveis porque o Brasil é um grande exportador de carnes. “Nós somos o maior exportador mundial de carne de frango, com participação no mercado de 40%, e para a proteína bovina temos uma abrangência de 25%. Essa importância só foi possível porque o Brasil possui uma clientela muito grande”, explica.

Wedekin destaca que esse aumento nas exportações de carnes foi um dos poucos motivos que compensaram a queda no consumo do mercado interno. “Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicaram uma retração de 3,4% nas vendas de alimentos e bebidas, este é um fiel retrato da situação que o produtor de carnes está enfrentando no Brasil”, afirma.

Tendência

A expectativa do comentarista é de que essa alta das exportações vá  redirecionar a avicultura e a suinocultura a um patamar um pouco melhor. Ele acredita que o produtor não deverá ter custos tão altos como nos últimos meses. “A safra americana tende a ser normal e, do ponto de vista econômico, o pior já passou”.

Wedekin projeta queda de quase 4% na produção de frango e suínos, mas, diante do cenário atual, este ainda deverá ser um bom desempenho. “Quanto mais organizada e coordenada for a cadeia produtiva, mais ela consegue resistir aos problemas”, diz.