O PIB do agronegócio subiu pelo terceiro mês consecutivo, puxado pela alta de preços e por expectativas de uma maior produção. Segundo dados do Cepea-Esalq/USP em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, no acumulado deste ano, o crescimento é de 3,29%.
Segundo a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP Nicolle Rennó os números do agronegócio vinham crescendo até março, período em que o isolamento social iniciou no país.
“Mesmo com alguns entraves relacionados a pandemia já em março, o agronegócio não parou, continuou abastecendo a população, exportando. Então esses segmento de agroserviços gerou renda até março. Mas lembrando que os efeitos da pandemia estão parcialmente incorporados no PIB até essa estimativa”, relembrou a pesquisadora.
O PIB do agronegócio do Brasil avançou 0,94% em março. Esse é o terceiro mês seguido de valorização do indicador. Nos primeiros três meses do ano, o crescimento do PIB do setor ficou em 3,29%, equivalente a R$ 55 bilhões.
Já para o segundo trimestre do ano, Nicolle ressaltou que os efeitos da crise gerada pela pandemia serão refletidos nos números. Setores que tiveram baixas de preços como milho, algodão, lácteos, entre outros e também, principalmente, uma forte queda da agroindústria, como móveis, têxteis, vestuários e bebidas, puxando o PIB do agro para baixo.
“A agropecuária tem a característica de ter uma resiliência em relação a crises econômicas, pelo tipo de produto que vende. No caso da agroindústria, a gente espera que o pior já tenha passado, então pro ano, a gente ainda espera um desempenho bom do agronegócio como um todo”, concluiu.