O cenário global de escassez de milho pode levar a China a abater animais, de acordo com o comentarista Miguel Daoud. “Durante o impasse com os EUA, a guerra comercial, eles queimaram boa parte dos estoques e podem ter que abater parte do plantel para não deixar os animais morrerem de fome, como aconteceu no Brasil na greve dos caminhoneiros”, diz.
Os Estados Unidos e o Brasil sofreram com problemas climáticos em 2019. Para os americanos, os impactos na produção de milho já foram sentidos no ano passado. Aqui, as perspectivas, principalmente para a segunda safra, também são de perdas e reduções.
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Segundo Daoud, caso seja forçada a abater parte do plantel, a China deve demandar mais proteína do Brasil. “Isso vai gerar uma demanda interna por milho maior e não teremos condições de atender. Não é à toa que os preços estão onde estão. Em Mato Grosso, já está em 60% do preço da soja; isso nunca aconteceu. Temos empresas comprando navios de milho da Argentina e produtores no Paraguai montando silos”.