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'China está colocando ordem na economia doméstica', diz Daoud

Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o governo chinês vai 'segurar a onda' da Evergrande, que tem agitado os mercados

Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o governo chinês vai ‘segurar a onda’ da Evergrande Real Estate, gigante do setor imobiliário, responsável por mais de 1.300 projetos em mais de 280 cidades, com passivos que somam US$ 300 bilhões.

“Eu não tenho preocupação [com a Evergrande]. O governo não vai deixar que esse default, essa possível falta de pagamento, complique ainda mais a situação econômica do país”, disse.

Segundo Daoud, está cada vez mais interessada na economia doméstica. “No sentido de colocar ordem. A economia chinesa cresceu durante décadas, muito rapidamente. E isso provocou alguns problemas, como o endividamento das empresas e falta de regulação”, explicou.

Na avaliação do comentarista, a China é liberal nas questões comerciais e na produção, mas não deixa de ser comunista por isso. “O país quer que a riqueza acumulada ao longo dos últimos anos seja distribuída. Isso aumenta a renda das pessoas e a demanda por alimentos. No entanto, a China não está disposta a pagar os preços que o mercado vem fixando para as commodities agrícolas”, afirmou.

Um dos exemplos citados por Daoud é o minério de ferro, em que o preço sofreu um tombo de 50%. “Com as commodities agrícolas não será diferente. Elas vão sofrer um ajuste. Aliás, o ajuste já começou. Basta seguir o dinheiro dos investidores, um dos fatores que dá sustentação aos preços. Ele está diminuindo. E isso é um ponto que merece atenção do produtor rural”.