Agronegócio

China promete retaliar EUA após interferências; Brasil pode ser beneficiado

De acordo com o analista Enio Fernandes, o fato pode colaborar não só com o mercado de soja, mas de carne suína, bovina e aves

A China afirmou nesta sexta-feira, 10, que vai retaliar contra autoridades e instituições dos Estados Unidos, um dia após Washington impor sanções a líderes do Partido Comunista chinês por supostas violações de direitos humanos na região de Xinjiang.

Segundo o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Zhao Lijian, Pequin vai ‘definitivamente revidar’ pelas sanções que considera ser uma interferência em seus internos e que ameaçam sua soberania, segurança e desenvolvimento.

De acordo com o analista Enio Fernandes da Terra Agronegócio, o fato pode colaborar com o mercado brasileiro.  “Isso ajuda muito os exportadores brasileiros, não só os de soja, mas os de carne suína, bovina e aves, porque se a China não se abastecer nos Estados Unidos, ela vai recorrer ao Brasil. Se você observar, nos últimos 2 anos a tensão entre Estados Unidos e China têm favorecido absurdamente as vendas brasileiras. Os volumes de exportação cresce, o faturamento cresce e isso estimula o agronegócio como um todo”, afirmou o especialista.

Além disso, Enio explica ainda que isso tem potencial de aumentar prêmio no porto, mas a safra brasileira de soja 2019/2020 está praticamente toda comercializada e o pouco que resta está sendo altamente disputado no mercado interno.

“É mais do que isso, não só safra nova, mas assim como a safra 2022, nós não plantamos a safra 2021 e já há negócios para 2022. O mercado está ficando cada vez mais sofisticado e inteligente, então o produtor tem que se preparar e cercar-se de boas informações para esses novos desafios. O que ele não pode querer fazer é acertar o melhor preço. Agora, nesse cenário, vai ficar mais fácil ele garantir margem para anos futuros, e quem garante margem fica no negócio por um longo período e continua a crescer e se estruturar”, disse.