Adidos agrícolas situados em Pequim receberam uma carta da Administração-Geral de Aduanas da China (GACC, em inglês) nesta quarta-feira, 15, solicitando que o governo brasileiro suspenda as habilitações de exportação de mais dois frigoríficos. Atualmente, seis plantas estão embargadas: cinco por decisão do país asiático e uma por ordem do Ministério da Agricultura.
De acordo com a própria GACC, os embargos solicitados, se realizados pelo próprio Ministério da Agricultura, poderiam ser retirados de forma menos burocrática no futuro. O documento ainda não foi recebido oficialmente pela pasta da Agricultura em Brasília e, por isso, ainda não possui uma resposta formal.
Nos bastidores do ministério, não há disposição para acatar o pedido chinês. As suspensões — que também atingiram países como Holanda, Argentina e Estados Unidos — estão ligadas ao temor da China de que os alimentos exportados possam estar contaminados com o novo coronavírus. Por não haver comprovação científica dessa possibilidade, o governo brasileiro não enxerga justificativas que embasem o embargo de frigoríficos.
A suspensão temporária da habilitação de exportação para a China, feita pelo ministério, a uma planta brasileira foi motivada pela preocupação com o nível de disseminação de Covid-19 entre os funcionários da agroindústria. De acordo com a pasta, não há embargos justificados pelo risco de transmissão do novo coronavírus para os alimentos exportados.
Caso o ministério oficialmente se recuse a suspender as plantas solicitas, há a possibilidade do embargo ser realizado pelas próprias autoridades de aduana chinesa.