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Tempo

Chuva volumosa só chega ao Sul na segunda quinzena de janeiro

Algumas lavouras do Rio Grande do Sul não receberam nem 25 milímetros em dezembro

Embora as estimativas sejam de uma safra recorde, as condições das lavouras na região Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, se agravam a cada dia. Com toda a umidade concentrada na faixa norte do país – o que provoca perdas, erosão do solo e também a proliferação de doenças -, a chuva acumulada em alguns municípios gaúchos não chega nem a 25 milímetros neste mês de dezembro.

No Rio Grande do Sul, 48 cidades decretaram situação de emergência por conta da estiagem. Na próxima segunda-feira (3), representantes da Secretaria de Agricultura do estado e da Emater-RS irão se reunir para discutir ações de combate aos problemas provocados pela falta de chuva.

Nestes últimos dias de 2021, o tempo continua ensolarado com temperaturas elevadas no interior do Rio Grande do Sul e no Paraná, o que agrava ainda mais as condições das lavouras. Para muitas áreas da região Sul, a chuva só retorna com volumes significativos após 15 de janeiro. São esperadas pancadas de chuva isoladas no norte e noroeste do Rio Grande do Sul, interior de Santa Catarina e Paraná.

“No Paraná, as pancadas previstas para o fim deste ano devem trazer um alívio mais significativo e diminuir os efeitos da estiagem”, afirma Celso Oliveira, meteorologista da Agroclima. No leste e no litoral do estado, chove em vários momentos desta quinta-feira (30) e as pancadas devem ser mais frequentes – a exceção é o noroeste paranaense, que vai seguir com a umidade mais escassa.

Também nesta quinta, áreas de instabilidades associadas à combinação de calor e umidade provocam pancadas de chuva ao longo do dia, com moderada a forte intensidade, no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e grande parte de São Paulo. As lavouras do interior paulista vão se beneficiar com essas pancadas com o aumento de alguns pontos percentuais da umidade do solo, auxiliando, por exemplo, a cultura de cana-de-açúcar.

Haverá muita nebulosidade com pancadas de chuva persistentes também no Tocantins, leste de Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, litoral do Ceará e faixa norte do Amazonas.

No Nordeste, o tempo segue ensolarado com chuva rápida e isolada no litoral entre Rio Grande do Norte e Alagoas e no litoral sul da Bahia. Tempo firme no interior do Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e faixa central e nordeste da Bahia. Até o dia 14 de janeiro, não haverá grandes mudanças na distribuição da chuva no Brasil.

Na previsão de tempo mais estendida, a semana entre 15 e 21 de janeiro será o momento em que será observada chuva abaixo da média no Matopiba, Goiás, Pará e parte de Mato Grosso, permitindo mais horas de atividades de campo para a colheita.

Posteriormente, entre 22 e 28 de janeiro, boa parte de Mato Grosso e de Rondônia terá chuva abaixo da média, possibilitando a aceleração da colheita. “Aí será o sinal da chuva retornando para o Sul, mas a questão é que muito das lavouras já estará perdido”, diz o meteorologista Celso Oliveira.

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