Goiás autorizou uma antecipação provisória do fim do vazio sanitário da soja para esta safra, sendo assim os produtores poderão dar a largada na semeadura já no dia 25 de setembro. Segundo a meteorologia, de fato, há previsão de chuvas a partir desse período, mas ele não será generalizado e só parte dos produtores conseguirão dar a largada em setembro.
“Por enquanto a previsão do tempo indica chuvas abaixo da média para o estado em setembro. Isso não significa ausência total de chuvas. Há sim chance de instabilidades no fim do mês, justamente quando o estado for autorizado a plantar. Mas a condição mais favorável, devido o volume maior de chuvas, é no sul do estado. No norte só garoas pontuais e de baixos volumes”, afirma a meteorologista da Somar, Desirée Brandt.
Segundo ela, somente em outubro as chuvas devem se estabilizar no estado. Ainda assim isso não será em todas as regiões.
“Em outubro sim, esse cenário muda completamente, e as chuvas irão regar boa parte do estado com mais de 100 mm acumulados no mês. Só o nordeste do estado terá menos chuvas, em torno de 50 mm acumulados no mês. E ainda há chance de uma pequena invernada no sudoeste do estado, com mais de 200 mm”, diz Desirée.
Segundo presidente da Aprosoja Goiás, Adriano Barzotto, pelo menos por enquanto o clima não está tirando o sono dos agricultores.
“Se analisarmos os últimos anos em Goiás, é sempre assim. Final de setembro já acontecem algumas chuvas, e até por isso essa necessidade de antecipar o fim do vazio sanitário, e em outubro as chuvas estabilizam. O forte do nosso plantio se inicia mesmo a partir do dia 10 de outubro”, afirma ele.
“Essa invernada prevista não preocupa, não. Afinal serão um dia ou dois de chuvas mais intensas, normalmente no começo do mês, e essa água é bem vinda”, destaca Barzotto.
Segundo o presidente da entidade, o estado pode registrar um incremento de até 4,5% na área plantada com soja, puxado justamente pela elevação dos preços internos e da rentabilidade.
“O histórico de vendas de soja para Goiás para essa época é em torno de 30%, esse ano pela questão cambial e de preços internos, já vendemos até 55% dessa soja antecipadamente. Isso é bom por um lado, já que o produtor consegue fazer um fluxo de caixa mais seguro. Mas há muita coisa para acontecer ainda e o produtor pode se precaver e fazer vendas pontuais e escalonadas e guardar um pouco para vender no ano que vem”, finaliza.