O outono começa oficialmente no dia 20 de março às 6h38min. Esse é o horário que marca o equinócio de outono, o exato momento que o hemisfério sul e o hemisfério norte recebem a mesma quantidade de luz solar. Outra curiosidade é que apenas no dia do equinócio os dois hemisférios possuem 12 horas de luz e 12 horas de noite. A nova estação marca o fim do La Niña e o início da neutralidade do oceano Pacífico. Mesmo assim, os efeitos do La Niña podem ser sentidos no começo da estação, perdendo a intensidade à medida que caminhamos para o inverno. “A estação é uma transição entre o verão, que é quente e úmido, para o inverno frio e seco. Então é normal durante a estação, alguns dias serem semelhantes ao verão, principalmente no começo do outono, e outros mais parecidos com o inverno, principalmente no final do outono”, explica o meteorologista da Somar, Celso Oliveira.
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Vale ressaltar que a estação também marca o início do período seco no Brasil, então é natural chover menos do que nos primeiros meses do ano, que são os mais chuvosos em grande parte do país, o que por si só já aumenta os riscos climáticos para a segunda safra de milho. “Ainda mais se levarmos em consideração os atrasos no plantio que fazem com que o milho possa estar numa fase fenológica mais suscetível à falta de umidade quando é normal parar de chover”, explica ele. A instalação da safra de milho está atrasada em boa parte dos estados produtores por conta do excesso de chuva em algumas áreas no atual momento e também por conta da safra de verão que já foi instalada atrasada pelo contrário: a falta de umidade no início da primavera, característica típica do La Niña.
De qualquer forma, o outono de 2021 deve ser caracterizado com chuva abaixo do normal em Mato Grosso do Sul, São Paulo, parte do Rio de Janeiro, grande parte de Minas Gerais, como Triângulo mineiro, sul e Zona da Mata, Nordeste, com exceção do sul da Bahia. Também teremos volumes abaixo das médias climatológicas no Tocantins, norte de Mato Grosso, norte do Pará e sul do Amapá. Grande parte do sul do Brasil também terá uma menor quantidade de chuva, exceto a parte sul do estado. “Mesmo que os desvios não sejam tão extremos vale salientar que é preocupante a situação já que no período chuvoso muitos reservatórios do centro-sul do Brasil não tiveram uma elevação significativa no seu volume e com isso, alguns locais podem ter problemas de abastecimento e até mesmo mudar a bandeira da energia, o que aumenta também os custos de produção da agricultura”, explica Celso. Segundo ele, a preocupação maior ainda é para o Sul do Brasil, local que já vem de uma crise hídrica que, mesmo que esteja amenizada, pode voltar. “Há dez anos o Brasil apresenta chuva abaixo da média em boa parte do território no verão e isto impacta diversos setores da economia, não só a agricultura”, afirma Celso.
O outono também é a estação em que os nevoeiros começam a ser mais frequentes por conta das manhãs mais frias. Aliás, na nova estação é comum os dias terem mais amplitude térmica, ou seja, manhãs mais frias e tardes quentes. E isso pode prejudicar a saúde de algumas pessoas, agravar as condições da pandemia que estamos vivendo e trazer ondas de frio que possam prejudicar o milho instalado muito tardiamente entre o Paraná e Mato Grosso do Sul, estados que sofrem mais com a entrada de massas de ar de origem polar. Apesar do outono ter alguns dias mais frios, até mesmo com possibilidade de geada nas áreas mais altas do Sul a partir de maio, a estação será mais quente do que o normal no noroeste do Paraná, oeste e norte de São Paulo, oeste de Minas Gerais e todo o Centro-Oeste, sul do Pará, Tocantins, Matopiba e entre o oeste de Pernambuco e o sul do Ceará. Todas as outras áreas do Brasil com temperaturas dentro do normal.