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Mercado e Cia

Clima e preços favoráveis aceleram plantio do milho verão, diz AgRural

No Rio Grande do Sul, cerca de 27,5% da área destinada ao cereal já foi semeada. No Brasil, o índice é de 8% contra 2% no mesmo período do ano passado

O plantio do milho verão no Centro-Sul está bastante adiante em relação ao ano passado. Cerca de 8% da área prevista já foi semeada contra 2% no mesmo período do ano passado. O Rio Grande do Sul lidera com 27,5% dos trabalhos concluídos.

De acordo com o analista da AgRural Adriano Gomes, a primeira quinzena de agosto foi favorável ao início do plantio no Rio Grande do Sul, com temperatura mais elevada e maior umidade no solo. “O produtor no extremo oeste do estado, mais próximo à divisa com a Argentina, aproveitou esse clima. Essas áreas serão semeadas com feijão ou uma soja safrinha, então quanto antes ele plantar, maior será a janela lá na frente”, diz.

Gomes conta que a frente fria registrada na semana passado provocou geada em áreas do extremo oeste gaúcho que estavam no início da fase vegetativa, causando perdas nas lavouras. “Os técnicos já estão avaliando se será necessário o replantio”, comenta.

Outro fator que influenciou o plantio mais cedo nesta safra foi a questão do preço do cereal, que vem bem atrativo. “Não só para os volumes disponíveis, mas para venda futura desse milho que está sendo semeado agora”, destaca. Segundo o especialista, o bom momento das cotações faz com com que a cultura dispute espaço na safra de verão com a soja. Em algumas regiões do Brasil, inclusive, o produtor está semeado um pouco de cada.

O analista da AgRural destaca que as recentes altas da Bolsa de Chicago e do dólar tem gerado oportunidades de negócio muito boas. “Esta semana, na região de Erechim (RS), onde o plantio deve começar somente em setembro, houve reporte de negócios a R$ 53 para entrega em março de 2021. No porto de Rio Grande (RS), saíram negócios a R$ 60 também para março. Teve negócios ontem [quinta-feira, 27] registrados no porto de Paranaguá (PR), para o milho em fevereiro de 2021, a R$ 59 enquanto o milho para setembro saiu em R$ 57”, diz.

De acordo com Gomes, os produtores estão aproveitando esses preços também atrativos para 2021 para pagar os custos do milho que está sendo plantado.

Retirada da TEC

Quanto à possível retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) cobrada sobre a importação de milho de fora do Mercosul, o analista comenta que pode ser uma boa opção interessante para compradores de regiões específicas, como Norte e Nordeste, por questão da logística necessária para trazer o cereal dos EUA, por exemplo. “Tem a questão do nosso câmbio, que está ao redor de R$ 5,60, e precisa cair para compensar essa originação por lá”, finaliza.

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