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Cogo: Real é a moeda com maior potencial de valorização em 2021

O avanço das pesquisas da Covid-19 e as expectativas sobre o novo governo dos EUA são fatores que contribuem para a queda do dólar frente à moeda brasileira

O dólar encerrou o mês de novembro com queda de quase 7%, maior recuo mensal desde outubro de 2018. Entre os fatores apontados para o enfraquecimento do dólar, estão as pesquisas positivas acerca de uma vacina para a Covid-19 e expectativas para novo governo de Joe Biden, nos Estados Unidos.

A queda do dólar afetou o preço da soja, que recuou 8,4% em novembro (base Rondonópolis), de acordo com dados da consultoria Safras & Mercado. Isso representa um recuo em média de R$ 14 por saca.

De acordo com Carlos Cogo, analista da Cogo Inteligência em Agronegócio, o único fator que poderia levar a uma baixa do preço da soja seria o câmbio. Isso ocorre já que as cotações futuras em Chicago se aproximaram do patamar de US$ 12 por bushel, apesar das compras que a China fez da oleaginosa norte-americana.

Para Cogo, o real é a moeda com maior potencial de valorização em 2021. As principais razões seriam o avanço das vacinas e o novo governo dos Estados Unidos. “Podemos dizer que uma apreciação do real é inevitável, o que é difícil definir é em que momento isso irá acontecer”, comenta.

Soja

Segundo o analista, daqui em diante, há um cenário acima de US$ 11,50 em Chicago, caso não ocorra nenhuma novidade climática no Brasil. “O lado bom para o produtor é que ele já vendeu 60% da soja, então o grau de preocupação daqui para frente é bem pequeno. Se o produtor vender a soja, é melhor já fechar a compra de insumos para evitar qualquer descasamento adiante”, afirma.

“O cenário para soja é altista em termos de dólares por bushel, devido a demanda forte, oferta escassa mundial e quebra na safra da América do Sul”, finaliza.