A previsão do Banco Central é que a Selic (taxa básica de juros) chegue a 5,75% até o fim de 2019. Caso isso se concretize, os encargos para médios e grandes produtores apresentados no Plano Safra 2019/2020 podem se tornar pouco interessantes no começo do ano que vem — os índices na temporada serão de 6% e 8% para esses dois segmentos, respectivamente.
Para o diretor-presidente do Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio (IBDAgro), Ademiro Vian, a projeção do BC deve acontecer. “A inflação vem se mantendo dentro dos patamares previstos, e não há nenhum movimento que possa desencadear um novo aumento. Muitíssimo pelo contrário, a economia está caindo e isso deve reduzir a taxa de juros”, defende.
Vian, que já foi diretor na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), alerta que além das taxas de juros, as instituições financeiras “empurram para o produtor rural uma série de penduricalhos”. A prática é proibida, mas como não há uma fiscalização mais intensa, acaba acontecendo. “No fim, o que era para ser 8% vai a 16% ou 17%. Você já encontra juros livres menores do que isso, como a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) que vai até 9,5% e não tem esses extras”, diz.
O diretor da IBDAgro recomenda ao agricultor atenção às condições oferecidas por bancos privados, cooperativas e tradings.