Com safra norte-americana recorde, Brasil pode perder fatia do mercado

Marcos Araújo, da consultoria Lansing Group, comenta que as exportações brasileiras em julho já caíram na comparação com o ano passado e destaca que a soja brasileira está mais cara no mercado internacional

Fonte: Jonas Oliveira/ANPr

A expectativa de clima favorável para o cinturão de grãos norte-americano está levando o mercado a acreditar que tanto a safra de milho como a de soja deverão ser recordes. “Estamos projetando uma produção da soja entre 108,5 e 110,8 milhões de toneladas e para o milho entre 376 a 378 milhões de toneladas” afirma Marcos Araújo, analista da consultoria Lansing Group.

Ele explica ainda que o mercado já precificou esse dado de melhora nas condições das lavouras e que não acredita que os preços da soja na bolsa de Chicago possam cair mais, já que a China precisará comprar o grão entre setembro e fevereiro.

No entanto, Araújo ressalta a possibilidade de o Brasil perder mercado para os Estados Unidos: “As exportações brasileiras em julho já caíram na comparação com o ano passado e como a soja brasileira está mais cara no mercado internacional, os Estados Unidos deverão pegar essa fatia no segundo semestre”.

Números

Aumentou o número de lavouras americanas de soja em boas ou excelentes condições. Segundo o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado nesta semana, o atual desenvolvimento da oleaginosa está significativamente melhor que o ano passado e acima da média dos últimos 10 anos. Atualmente 72% da safra está em condições favoráveis.

Para o milho a situação é até melhor. Mais de 75% das lavouras estão em boas ou excelentes condições e se mantém neste patamar há três semanas. Na comparação com a safra passada, a alta é de 6 pontos percentuais.