A valorização das commodities segue no radar do mercado. Nos últimos doze meses, a soja negociada no porto de Paranaguá acumula ganhos de 58,88% e o milho, base Campinas, tem alta superior a 102% o que leva preocupação ao setor de proteína animal quanto ao custo de produção.
Apesar da valorização em algumas commodities, o custo de produção também cresceu. A inflação desacelerou no Brasil, mas o grupo de alimentos ainda segue pressionado. Nesta quarta-feira 12, a taxa de inflação dos preços ao consumidor nos Estados Unidos saltou para 4,2%.
Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o aumento do consumo chinês tem influenciado as altas das commodities no mercado internacional. “Os preços das commodities vem subindo há algum tempo evidentemente com uma forte expectativa de que a economia mundial vai retomar. Essa recuperação demanda mais alimento, no caso da soja, milho e carne está mais concentrado na China que mudou a sua política econômica e está voltada para o mercado interno e introduzindo maior no consumo chinês, isso está fazendo com que os preços fiquem nesses patamares”, explica.
“Essa situação levou internamente o Brasil a alta brutal dos custos. Não há dúvidas de quem tem soja, milho, algodão e café vão continuar tendo rentabilidade, com exceção daqueles produtores cujo os produtos não são cotados em dólares, esses apenas pegaram o ônus da alta do câmbio”, pontua.
Daoud ainda reitera que para combater a inflação o consumo precisa aumentar. “A inflação subiu em razão pelos preços e oferta teve alteração de quebras na cadeia e falta de produto. Contudo, essa inflação elevada não se combate com taxa de juros, porque ela acaba tirando o consumo. Essa inflação se combate com aumento de oferta”, diz o comentarista.