O produtor de milho pode segurar as vendas e aguardar cotações mais elevadas por conta da possibilidade de o dólar valorizar ainda mais e diante do ritmo atual das exportações, que está enxugando o excesso da commodity no mercado. A análise foi feita pelo consultor de mercado Flávio França Júnior, em resposta à pergunta do telespectador Fábio, da cidade de Vacaria, Rio Grande do Sul.
Em entrevista à primeira edição do Mercado e Companhia, o consultor afirmou que o escoamento do milho pelos portos é positivo. Apesar de não existirem dados oficiais sobre a movimentação, ele acredita que o Brasil pode embarcar até 30 milhões de toneladas nesta temporada.
França disse ainda que a atual situação da economia brasileira pode dar um maior impulso às vendas, por conta dos efeitos que as incertezas possuem no câmbio.
– Com isso, abre janela para maiores valorizações no milho. Sem contar esta questão de escoamento positivo do milho, tem que contar a questão cambial, que continua afetando a soja e o milho de forma importante – afirmou.
Embora acredite em novas valorizações, o consultor disse que os preços estão elevados e que o produtor pode, se quiser, aproveitar para vender o milho que possuir.
Questionado sobre a diferença entre os preços pagos nos portos e nas cooperativas, com os primeiros em níveis maiores que o segundo, França disse que, neste ano, há um forte descolamento entre as cotações, provocada pela alta do dólar.
– A alta no mercado interno, isso vale parcialmente para o milho e vale fortemente para a soja, ela está ancorada na questão do câmbio. Por tanto, o que está subindo, essencialmente, é o preço de exportação, e não preço do mercado interno. O mercado interno acompanha parcialmente, mas não consegue responder, não consegue pagar esses preços pagos na exportação – explicou.
Ele afirmou que o momento é bom e que o produtor precisa aproveitar os momentos de picos de preços.