Agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito do Brasil em BB-, mas com perspectiva negativa e possibilidade de rebaixamento nos próximos meses. A agência alertou para os riscos fiscais do país, acentuados pelo ambiente de incertezas na política doméstica, e o avanço da Covid-19 pelo mundo, que afasta investimentos estrangeiros.
A Fitch ainda destacou a preocupação com o cumprimento do teto de gastos e afirmou: “Embora o Brasil tenha um ambicioso conjunto de reformas, a falta de uma articulação política, andamento e priorização podem dificultar o progresso dos projetos em 2021”.
Miguel Daoud, comentarista do Canal Rural, questiona o andamento do processo das reformas brasileiras e crítica a falta de entendimento entre os poderes Executivo e Legislativo. “Temos notícias de que somente a partir de fevereiro de 2020 teremos alguma proposta aprovada, dada a falta de concordância que existe entre o governo federal e o Congresso Nacional para aprovar as nossas reformas”, diz.
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Segundo o comentarista, a manutenção da nota de crédito em BB- indica que o Brasil não é um país que promete investimentos seguros. “Quando um país não tem investimentos seguros, só resta a ele capital especulativo, que nada mais é do que um cassino, vender dólar e comprar juros, não são nada mais do que apostas. Essa é a configuração do sistema financeiro brasileiro atual”.
“Notas como essas são importantes porque balizam grandes fundos de investimentos. Portanto, o que vemos é um baixo nível de investimentos e geração de empregos no país. O governo tem dificuldade para adiar a sua dívida com um custo mais baixo e isso acaba impactando no Brasil”, finaliza.