Nesta segunda-feira, 20, foi divulgado pelo Banco Central o Relatório Focus, que trouxe as projeções econômicas para a economia brasileira em 2020 em meio à pandemia do coronavírus. De acordo com o boletim, expectativa do Produto Interno Bruto (PIR) do Brasil teve um recuo de -1,96% para -2,96%. Jáá a projeção de câmbio passou de R$ 4,60 para R$ 4,80, o IPCA, que mede a inflação oficial, reduziu de 2,52% para 2,23% e a taxa básica de juros, a Selic, caiu de 3,25% para 3%.
O comentarista Miguel Daoud falou a respeito das mudanças que devem impactar o comércio global e o agronegócio brasileiro pós-pandemia. “Mudanças serão necessárias diante do que foi apurado durante a essa grande pandemia. Vimos uma briga entre China e Estados Unidos, os americanos queriam trazer de volta o chão de fábrica para o seu país, afirmando que acarretaria em mais empregos e mais renda. Com essa crise, as economias mundiais estão percebendo que não dá para depender da China, seja da indústria, seja para equipamentos médicos, visto que muitos países dependem do país asiático, sendo essa a razão da China ser um grande importador de commodities”.
“O mundo precisa pensar que a abertura via comércio deve ser feita para efetuar trocas com países mais pobres e não depender de só uma nação. O Brasil hoje tem mais de 50% de suas exportações agrícolas nas mãos da China, e nesse sentido, a percepção das grandes nações é de criar uma dependência de alguns setores. Durante 20 anos, a economia mundial vem criando fusões e incorporações, é mais barato você importar da China do que fabricar aqui, como é o caso dos insumos, o Brasil tinha todas as condições de produzir os insumos e optou importar por ser mais barato e hoje temos uma grande dependência”, comenta Daoud.