De acordo com agências internacionais de notícias, a China teria ordenado a suspensão da importação de produtos agrícolas dos Estados Unidos, entre eles, a soja – um ação que seria benéfica ao Brasil. O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud afirma que a relação entre entre China e EUA funciona através do que ele qualifica de “estratégia do elástico”, com um movimento constante de esticamento e afrouxamento de medidas para atingir determinados objetivos.
De acordo com Daoud, a China aproveitou para importar mais soja do Brasil em um momento em que o real estava mais desvalorizado. Sem aumento das cotações da commodity em Chicago, isso teria sido muito vantajoso para o país asiático. “Se essa situação continuar, o que eu não acredito, pode haver um aumento dos prêmios. Mas os estoques das tradings e cooperativas no Brasil não seriam suficientes para atender a demanda da China. De qualquer forma, ela vai acabar comprando dos Estados Unidos, portanto, o mercado não sinalizou o futuro diante dessa possibilidade [de suspensão das importações de soja americana] porque um [país] precisa do outro”, disse.
O comentarista lembra que a determinação da China de suspender as importações dos EUA se refere apenas às empresas estatais; o setor privado chinês continuaria no mercado. “Então, o que pode haver é uma elevação do prêmio e o produtor rural tem aí uma oportunidade de continuar vendendo futuramente. Para o Brasil, isso é positivo, mas não vai ser uma salvação”.