Diante do aumento de restrições em cidades e estados brasileiros, associações do setor produtivo, representantes das empresas responsáveis por mais de 80% da produção e distribuição de alimentos e bebidas no país, enviaram uma carta aberta aos governadores, prefeitos e parlamentares reforçando a importância de manter toda cadeia de abastecimento funcionando durante a pandemia.
Dentre os pontos mais importantes da carta, as entidades destacam que as operações de produção, distribuição, comercialização e entrega de alimentos e bebidas permaneçam consideradas como atividade essencial. A carta ainda ressalta que a interrupção traria efeitos negativos não só para a produção e o abastecimento, mas também para o armazenamento de produtos perecíveis que, ao não serem processados ou distribuídos, deixam de estar aptos para consumo.
Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o setor produtivo não pode sofrer interrupção. “Não tenho dúvidas que as indústrias de alimentos, bebidas e transportes devem funcionar independente de qualquer coisa. Em nenhum governo, por mais absurdo que as medidas de restrição estejam tomadas, não vão paralisar esse sistema e interromper o abastecimento de comida. O povo já não tem dinheiro e ainda por cima se não tiver comida, a situação vai ficar difícil”, diz Daoud.
Ele ainda fala que a principal forma de controle da situação da crise do coronavírus no Brasil é o investimento e distribuição da vacina. “A pandemia está praticamente fora de controle e não temos remédios ou medicamentos para conter ou interromper o processo de infecção. Precisamos neste momento da vacina, porque o vírus se propaga em uma velocidade absurda e a vacina está andando à passos de tartaruga”, pontua.
Daoud ainda exemplifica seus temores em relação a um possível agravamento da crise sanitária. “Outro ponto é uma crise sanitária, ter as exportações interrompidas pelos nossos clientes, ai está uma grande preocupação e por isso que essa reunião precisa ser efetiva, de forma concreta, inteligente, sem ideologias, colocando o Brasil em proteção para que ganhe tempo até que a vacina venha para a população”, conclui.