Mercado e Cia

Carnes: 'Demanda chinesa deve continuar aquecida mesmo com coronavírus'

De acordo com o Rabobank, o consumo pode até perder fôlego no curto prazo, mas a tendência para o ano é positiva

O surto de coronavírus na China fez restaurantes e lojas fecharem as portas momentaneamente. Diante disso, de acordo com o Rabobank, o consumo de carnes, principalmente a bovina, foi afetado. “O consumo de proteínas está muito ligado ao setor de serviços. Com o deslocamento bastante limitado e o consumo mais dentro das casas, há uma baixa”, explica o analista Wagner Yanaguizawa.

O especialista destaca que apesar de as exportações brasileiras apresentarem crescimento, o avanço é menor do que o esperado pelo mercado. “Mercadorias estão sendo renegociadas por causa dos preços, mas também por problemas na logística de entrega dentro da China”, comenta.

Segundo Yanaguizawa, o controle nos portos chineses deve continuar restrito até o fim do primeiro semestre, estabilizando-se apenas na segunda metade do ano.

Apesar desse quadro, o analista reforça que a tendência é que os preços das proteínas continuem firmes. “O mercado doméstico brasileiro é muito forte e há expectativa de crescimento mais robusto, o que manterá os patamares elevados da carne bovina”, diz.

Para a carne suína, a tendência também é positiva. Yanaguizawa afirma que a China viu sua produção cair 25% ano ano passado e deve registrar queda de até 20% este ano. O que demandará o tamanho da demanda será o reflexo do coronavírus. “A nossa projeção de demanda é de 4,3 milhões de toneladas, o que é bastante considerável”, comenta.

Quanto a proteína de frango, o analista recomenda atenção à Europa, principalmente à Espanha e Alemanha, maiores exportadores para a China, que vivem sob risco de peste suína africana. “Vemos em um incremento no mercado chinês, principalmente pelos focos de gripe aviária. É importante lembrar que foi a carne mais comprada no ano passado por ser a mais competitiva”, afirma.