A tonelada de trigo em Guarapuava, centro-sul paranaense, saltou R$ 200 em 40 dias, segundo o Sindicato Rural do Município. O cereal de boa qualidade saiu de R$700/t para R$ 900/t, já o grão com menor qualidade custava R$ 500/t e agora está cotado a R$ 700/t.
Segundo o analista da INTL FCStone, Roberto Sandoli, a falta de milho no mercado e o alto preço do produto neste momento estão fazendo agroindústrias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul ir atrás do trigo para a composição de ração para os animais de corte.
Apesar da boa oportunidade de negócio, muitos produtores não conseguiram aproveitar. O presidente do sindicado, Rodolpho Botelho, argumenta que muitos produtores tiveram que se desfazer do trigo logo após o final da safra de 2015 para não ficar endividado. Somente os produtores mais capitalizados conseguiram guardar o cereal para este momento.
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“Não há muito trigo disponível, o que tinha foi vendido para a ração de animais. Com a safra ruim que tivemos no ano passado, havia cereal de baixa qualidade para negociar, mas somente os capitalizados conseguiram”, explica Botelho.
Mesmo com este cenário favorável, na região de Guarapuava a área plantada de trigo deve diminuir. Isto porque a cultura é considerada de alto risco e muitos produtores não querem arriscar. Além disso, a expectativa dos produtores, segundo o dirigente, é que a Argentina venha com uma produção maior na próxima safra.
