Mercado e Cia

'Desequilíbrio entre oferta e demanda mundial puxou preço da soja em Chicago’

De acordo com o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, o mercado de grãos também refletiu o crescimento na demanda chinesa

A cotação da soja na Bolsa de Chicago superou os US$ 12 por bushel nesta quinta-feira, 17, maior patamar em seis anos.

De acordo com o analista de mercado e diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, o mercado de grãos refletiu o crescimento na demanda chinesa, consequência da reestruturação do rebanho de suínos no país asiático, que já chega em 90% do observado antes do surto da Peste Suína Africana. Além disso, o especialista aponta que os consecutivos problemas com a safra 2020/2021 também contribuíram para o cenário.

“Temos um desequilíbrio na balança entre oferta e demanda, com três ou quatro safras consecutivas de quebras, tanto na América do Norte e da América do Sul, uma vez que o lado da demanda expandiu e o lado da oferta se contraiu com as quebras de produção.”, explica Pereira.

“Temos problemas de safra na Argentina e no Brasil, precisamos lembrar que nossa safra está com extrema variabilidade, talhões muito bons ao lado de talhões que eram completos desastres, então não podemos dizer que é uma safra saudável no país, muito pelo contrário, é uma safra com viés de redução produtiva. Temos também as questões cambiais, com o dólar próximo a R$ 5, como já estávamos alertando. Hoje o dólar vive um ponto de equilíbrio muito mais próximo de 5,20 e 5,30 do que qualquer patamar abaixo de R$5, seria esse o patamar trabalhado, uma vez que são muitos os problemas políticas e econômicas, então internamente no Brasil possui um viés muito promissor de alta para os próximos meses”, enfatiza o especialista.