O dólar atingiu nesta semana o menor patamar desde o dia 30 de julho. A moeda norte-americana chegou a R$ 5,12 na mínima do pregão de desta quinta-feira, 3 e, segundo o analista da Tendência Consultoria, Silvio Campos, esse é o movimento que o mercado já tem observado ao longo das últimas semanas no exterior, e que agora chegou ao Brasil. “Como o real é uma das moedas que mais se desvalorizaram, tem muita ‘gordura’ em relação às demais moedas. Por aqui, a expectativa é da resolução das questões fiscais, o que pode fazer a moeda cair um pouco mais”, disse Silvio Campos, economista da Tendência Consultoria.
A expectativa da chegada da vacina e o resultado das eleições nos EUA criam uma expectativa de melhoria no quadro econômico global, segundo Silvio, fazendo os investidores voltarem aos mercados e não investindo apenas na segurança do dólar.
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Para o analista, se não fossem os problemas internos e desconfianças com o Brasil, a taxa de câmbio poderia estar na casa dos R$ 4,20 ou R$ 4,30. “Ainda temos uma margem muito grande, e ela existe porque temos problemas internos a serem resolvidos, como a dívida fiscal e a agenda de reformas. Por essa razão, ainda temos uma taxa de câmbio que é bastante depreciada para o nosso histórico, mas ainda deveremos ver uma queima dessa gordura”, completou.
Segundo ele, para 2021, é possível esperar a moeda norte-americana na casa dos R$ 4,50. “Ainda temos essas incertezas sobre a questão fiscal, mas o que se espera é que a responsabilidade prevaleça. Se não gerar um grande clima de entusiasmo, pelo menos esfriaria as preocupações mais agudas. No contexto de alguma acomodação das tensões internas, podemos imaginar o dólar na faixa dos R$ 4,90 para o final de 2021, mas com uma variável com muita volatilidade pela frente. Por isso é preciso ter bastante cuidado”, contou.
Para fechar o ano, a expectativa do analista é para que fique na casa dos R$ 5,10.
