Modelos e fundamentos mostram que o dólar deveria estar abaixo dos patamares atuais, mais próximo de R$ 5, afirma o economista Silvio Campos, da Tendências Consultoria. Segundo ele, os gastos do governo dos Estados Unidos para estimular a economia gera um enfraquecimento na moeda norte-americana no cenário internacional, ainda que a pandemia do coronavírus mantenha o mercado com o sentimento de risco alto.
Porém, o que pesa mesmo sobre a taxa de câmbio no Brasil é a situação política e fiscal. Com a piora nos indicadores de contaminados e mortos pela Covid-19, regiões estão voltando a adotar medidas mais restritivas.
“Isso gera a necessidade de medidas de auxílio, como uma nova roda do auxílio emergencial, mas sabemos que isso tem custo fiscal elevado, e a situação do endividamento público está bastante grave”, afirma.
Tendência para o dólar
A expectativa é de que, após as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e Senado Federal, a agenda de reformas volte à pauta. Até lá, Campos diz que o dólar deve continuar muito volátil, até acima do patamar de R$ 5,40.
“Ao longo de fevereiro, devemos ter a retomada das discussões da agenda política e uma acomodação nas pressões sobre o câmbio. Espera-se que seja feito o mínimo [pela situação fiscal do Brasil]. Diante disso, é esperado que o dólar ceda e busque patamares mais próximos de R$ 5 ao longo dos próximos meses”, projeta.
Quantos aos Estados Unidos, a polícia econômica do governo de Joe Biden deve continuar beneficiando as moedas emergentes.