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Dólar atinge R$ 3,60 pela primeira vez desde 2016

O mercado financeiro opera com volatilidade após o anúncio de quebra do acordo nuclear feito pelos Estados Unidos nesta semana

Fonte: Agência Brasil/Divulgação

O dólar chegou a ser negociado a R$ 3,607 nesta quarta, dia 9, maior nível atingido ao longo de um pregão desde 2 de junho de 2016, quando a máxima foi de R$ 3,613. A fala do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, sinalizando mais um corte nos juros e que, por enquanto, não haverá intervenção no câmbio, repercute entre os investidores.

Segundo o estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, a entrevista de Goldfajn, corrobora para a depreciação do real. “A sinalização do Ilan foi de que ele, parece, não estar muito preocupado com a situação cambial. Ele tinha que entrar mais forte. O mercado está testando e não está encontrando o Banco Central para ancorar expectativas, o que favorece essa alta”, avalia Bevilacqua.

Com o real tendo o pior desempenho entre as moedas de países emergentes, às 14h13 (de Brasília), a divisa estrangeira subia 1,06%, negociada a R$ 3,605 para venda, já no mercado futuro, o contrato para junho avançava quase 1,11%, a R$ 3,6115. Lá fora, o Dollar Index operava estável, acima dos 93.100 pontos. Os títulos do governo norte-americano de 10 anos, as Treasuries (T-Note), subiam ao redor de 3%.

O economista da Renascença Corretora, Marcos Pessoa, comenta que a declaração do presidente do BC reforçando que haverá mais um corte na taxa básica de juros (Selic) na semana que vem colabora para a “saída de investimentos estrangeiros do país” uma vez que a taxa de juros dos Estados Unidos deve subir mais uma vez.

“Se o juro vai cair aqui e subir lá fora, ninguém vai querer continuar aqui, vão buscar investimentos nos Estados Unidos, o que reforça essa alta”, diz Pessoa. Já o economista da Tendências, Silvio Campos, acrescenta que “se há uma perspectiva de piora, o investidor não vai esperar isso acontecer. Ele se posiciona hoje”.

 

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