Dólar fecha a R$ 2,7035, com leve alta de 0,06%

Bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos influenciam resultado desta quarta, dia 7O dólar fechou com leve alta, de 0,06%, sobre o real nesta quarta-feira, dia 7, chegando a R$ 2,7035. A cotação da moeda americana teve queda de 0,25% no dia anterior.

O fechamento de quarta-feira foi influenciado por fluxos pontuais de saída de divisas com a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) adote mais estímulos, o que havia levado a moeda norte-americana a cair mais de 1% pela manhã. A cotação mínima do dia foi de R$ 2,674.

– O mercado hoje foi muito sensível. À tarde, várias operações pequenas acabaram fazendo preço – disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

As operações de compra de dólares se concentraram no início da tarde e na reta final do pregão. Durante o resto da sessão, a moeda norte-americana operou em queda ante o real, após a zona do euro registrar em dezembro deflação pela primeira vez desde outubro de 2009.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, explica que o mercado está vendo que o BCE pode adotar um programa de estímulos em breve, o que melhoraria a perspectiva de fluxo financeiro para o Brasil. Com isso, o dólar recuou em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano.

Banco central dos EUA

Os investidores adotaram cautela antes da divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos. No documento, divulgado após o fechamento dos negócios, o FED mostrou que se ateve em sua última reunião aos planos de começar a elevar os juros ainda neste ano.

De acordo com a ata da reunião de dezembro, integrantes do comitê avaliaram ampla série de dados mostrando que a recuperação econômica no país está se sustentando, em um mundo que está se voltando à direção oposta, com ameaça de recessão no Japão e na Europa e desaceleração em importantes mercados emergentes.

Mas com a inflação ainda baixa e piora da perspectiva econômica para a zona do euro e o Japão, o banco enfrentou dificuldades para reconhecer a melhora nos EUA sem se comprometer com cronograma específico para a alta dos juros.

Brasil perde US$ 9,3 bi em 2014 com fluxo cambial

O fluxo cambial, entrada e saída de moeda estrangeira do país, marcou em dezembro o pior rombo mensal em mais de 16 anos e com déficit recorde pela conta financeira, fechando 2014 com saldo negativo de US$ 9,287 bilhões.

Este foi o segundo ano seguido que o fluxo fecha no vermelho, informou o Banco Central nesta quarta-feira. Em 2013, ele havia ficado negativo em US$ 12,261 bilhões.

Só em dezembro, as saídas líquidas somaram US$ 14,05 bilhões, pior resultado mensal desde setembro de 1998, quando o rombo foi de US$ 18,919 bilhões.

O resultado sublinha as turbulências que vêm sendo sentidas no mercado de câmbio, em meio a quadros global e doméstico desafiadores. O dólar avançou ante o real pelo quarto ano seguido em 2014, saltando quase 13%, e operadores afirmam que a perspectiva é que a divisa deve continuar subindo neste ano, mesmo com menor intensidade.

– Devemos ver uma melhora [no fluxo] no ano que vem, mas o espaço é bem limitado – afirmou o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello, acrescentando que a recuperação econômica no Brasil deve ser lenta.

Ele lembrou ainda que o cenário externo deve mostrar turbulências, sobretudo com a expectativa sobre quando o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve começar a elevar os juros da maior economia do mundo, com potencial para tirar recursos de outros mercados, como o brasileiro.

O BC informou ainda que, apenas no dia 2 de janeiro, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,087 bilhão.